Já imaginaram estar em uma cela, cercados por ratos que gritam e guardas a matarem com barras de ferro? Ou perderem tudo o que possuíam, até mesmo a própria memória para outro alguém? Envelhecer em uma prisão, lendo uma única frase escrita a carvão na parede, sabendo que nem sequer aquele século é o seu?
Não, não chegaram a imaginar, pois é excruciante, como todas as vezes quando na juventude falhou. É deprimente, do mesmo modo que se sentia ao se decepcionar com os erros alheios e os acertos que não lhe convém. É algo que te faz lembrar de teu passado, que é o futuro. É o rasgar de algumas lembranças ao saber que apenas voltar no tempo não adiantaria. É o medo de não entender o que raios está realmente acontecendo e errar na próxima jogada. É o início que parece um fim. O epílogo que só te faz voltar. O interlúdio que em sonhos lúcidos te corroeu, deixando apenas um ser correndo atrás de sua própria definição de justiça. É inebriante, como as chuvas que em névoa se transformam. Angustiante, como ver os pássaros e as coisas deste mundo deixarem as suas essências. E por fim, a colisão de tudo isto por culpa de um menosprezado bater de asas de uma borboleta; é Agonizante."