Afrofutulírica, de Eve L. Ewing, é uma jornada pelos caminhos que nos transformam em quem somos, marcada pelo encontro de um passado ferido com um futuro onde a cura do coração e da alma surge como extraordinário horizonte.
Com uma mistura envolvente de poesia, arte visual e prosa narrativa, Ewing mescla realismo mágico e ficção científica para abordar temas como racismo e identidade. Afrofutulírica nos transporta para além das fronteiras da realidade, com toques do surreal e do fantástico, enquanto nos guia pelas ruas de Chicago dos anos 1990 rumo a um futuro onde a chegada de seres de outro mundo desafia nossas concepções de memória e história.
Com palavras que alcançam inegável universalidade, Ewing afirma que o livro é sobre vida real e lugares imaginários: "Este livro é sobre minha vida e talvez também sobre a sua. E é sobre os lugares que inventamos. Cada história é absolutamente verdadeira", ela escreve na introdução. A autora descreve figuras familiares em cenários mágicos e surreais; aqui, um grupo de poetas negros se vê em uma cidade predominantemente branca; há espaço para uma defesa ao cabelo — que é mais do que um cabelo, é uma tecnologia do futuro, é um amigo de infância; uma ode ao cantor Prince e a tudo que ele pode representar para uma jovem negra incita uma íntima revolução.
Usando a imaginação como um mecanismo de enfrentamento, a autora nos desafia a adentrar em conversas profundas e necessárias sobre raça, gênero, identidade e as complexidades da jornada de amadurecimento. Reconhecido por prestigiosos prêmios como o Norma Farber First Book da Poetry Society of America e o Prêmio Alex da American Library Association, Afrofutulírica é um testemunho do poder transformador da arte e da literatura.