O livro Afetos do Conservadorismo: Tudo Bem (Arnaldo Jabor, 1978) – desnudando a classe média brasileira, propõe investigar, historicamente, o longa-metragem Tudo Bem (Arnaldo Jabor, 1978), com o intuito de estudar o setor conservador da classe média urbana brasileira, problematizando as relações entre Arte e Sociedade dentro do campo de História-Cinema. Tomando como fontes principais as críticas de arte, roteiro e versões audiovisuais do filme, indagando-as a partir de uma interação interdisciplinar com os Estudos Literários e a Psicologia Social (tendo como ferramenta teórico-metodológica central a Estética da Recepção de Wolfgang Iser – nas perspectivas de Alcides Freire Ramos e Rosangela Patriota), entende-se que: frente à Crise Petrolífera Mundial (1973 – 1979), insatisfeitos com a gestão do Governo Ernesto Geisel (que privilegiava o pagamento dos capitais estrangeiros ao invés de resolver o problema econômico dos assalariados) para conter a corrosão monetária, a Família Barata, por meio do conflito entre os Fantasmas (Integralistas, Industrial e Poeta) da memória histórica do patriarca Juarez Ramos Barata, representada de forma psicológica, decide deixar seu nacionalismo de lado e se unir com uma nova multinacional: um comportamento conservador. Tudo Bem, então, desnuda os afetos do conservadorismo (Angústia, Culpa e Medo), que dão o ritmo, que são a causa, da ação do patriarca, impedindo-o de tomar rumo diferente na conjuntura da abertura política, fazendo-o refém da ideologia de matriz colonial, dependente, do projeto vencedor da plutocracia brasileira: católica e capitalista.