Por anos, a escritora e professora Bettina Bopp conviveu com a doença degenerativa de sua mãe.
Ao longo desse tempo em que, que, aos poucos, parecia dissolver o que restava de uma personalidade e uma inteligência antes vibrantes, Bettina colecionou frases – muitas vezes repletas de poesia e de um lirismo inesperado – que a mãe soltava a seus cuidados. A cada uma delas, Bettina acrescentou uma crônica curta, de cunho inspiracional e afetivo, em que fala de seu amor pela mãe, mas também de temas universais como a relação entre mães e filhas, a memória, o carinho, o sentido da vida e a inexorabilidade da morte. Dessa compilação nasceu Afetos colaterais.
"A história que acompanhamos aqui não nega as dificuldades. Não apaga as dores, não finge não sentir os nós na garganta e a vontade de fugir. Mas vai além delas. Não se permite definir pelas ausências e perdas, mas pelo que abunda. Pelo que é tão grande e indomável que não se permite apagar. A vida é bela, em toda a sua incoerência e imperfeição. E há que se ter coragem e sensibilidade para enxergar o belo em meio ao caos." – Elisama Santos, escritora e psicanalista