No poema Aetna, um poeta anônimo da segunda metade do século I d.C. explica aos leitores as erupções do monte Etna, na Sicília. Servindo-se de teorias expostas por escolas filosóficas do passado, o autor pretendeu desmitificar os receios humanos diante da natureza: suas chamas seriam devidas à agitação natural dos elementos – ar e fogo – nas galerias subjacentes ao monte, e não aos movimentos de Gigantes ou à operação da forja de Vulcano nas entranhas do Etna. Em sua primeira tradução para a língua portuguesa, a obra interessa a estudiosos de literatura e também a pesquisadores da história das ciências, particularmente filósofos, geógrafos e geólogos, já que documenta o conhecimento que os antigos romanos tinham sobre vulcanologia. Aetna é um elogio à primazia da ciência sobre a superstição e o saber popular. Uma discussão sobre mito e ciência no mundo greco-romano em que a geologia, a Poesia e várias lendas associadas ao Etna se entrelaçam.