Acomodando um jeito a cada incomodar é um livro que nasce dos detalhes. De aspectos e sentimentos da minha vida, das vidas que por mim passaram e que me compõem. Ele nasce da observação, das crônicas que fiz internamente e recortei, das vezes que me deparei com o amor e a dor, com a luta e com o descanso. Das vezes que me deparei com o incentivo e o descaso, que ouvi sobre os abandonos e sobre os resgates humanos.
Por isso, fala de muitas alegrias e tristezas, mas não só minhas. São dos humanos que estive, que exacerbaram minha humanidade para implodir outros lugares.
Enxergo esses processos e levo muito a sério isso de poematizar o que precisa se problematizar. Mesmo que paradoxalmente
seja de maneira lúdica numa via inventiva.
Enxergando uns aos outros a gente nunca está só e nunca para de observar: existe muito na existência humana que podemos alcançar.
Para o que senti e testemunhei de horror e desistência dei um jeito de inventar uma outra sobrevivência. Como? Enfiei no ventre e gestei uma nova condição: poesia, verso, trocas e este livro que está na sua mão.