Acolher e cuidar: o afeto na clínica psicanalítica atual é um trabalho voltado para a discussão da produção de angústia
(em escala "industrial") em nossa sociedade, em uma contemporaneidade na qual os afetos são cada vez mais líquidos. Uma sociedade em que temos de ser sempre candidatos ao corpo perfeito, ao emprego prestigiado, ao status, em uma busca que nunca será bem-sucedida, já que o ideal pós-moderno implica sermos ou estarmos eternamente insatisfeitos, desesperados para consumirmos a próxima grande novidade ou celebridade a ser produzida por essa sociedade do efêmero. Assim, o objetivo é tentar contribuir para uma discussão sobre a necessidade de uma elasticidade da técnica psicanalítica, como apontava Sándor Ferenczi, amigo e principal colaborador de Freud, o criador da Psicanálise, em 1928. Um trabalho que também traz alguns fragmentos clínicos que mostram como a produção de angústia na contemporaneidade pode contribuir para a criação de feridas narcísicas bastante significativas nos pacientes que chegam a nossos consultórios.