É curioso estar escrevendo sobre o trabalho do meu pai, pois, geralmente, eu nunca estou nessa posição, sempre é ele quem escreve e tem alguma sacada rápida de palavras que arrancam gargalhadas, gritos e choros de quem ouve ou lê os seus poemas. Fiz questão de selecionar poesias, das mais diversas fases da história do poeta, que me emocionassem e conseguissem traduzir, dentro da minha cabeça, a personalidade do Nelson que ali escrevia naquela fração de tempo que existe entre a ideia vir na cabeça e a caneta tocar o papel. No meio desse processo, pude compreender e me transportar pra cabeça, não do pai, mas, do ser humano que respira arte desde os 14 anos e que sente a necessidade de escrever, como se ouvisse um chamamento divino, muito parecido como eu encaro o meu fazer artístico. No meio de todo esse processo, pude compreender que o compromisso com a arte é genético, sim. Agradeço imensamente pela oportunidade de ter conhecido ainda mais da personalidade de uma das pessoas que é meu ídolo desde sempre. Abram o livro e sintam-se em casa, dentro da mente do poeta, seja nos anos 90 ou nos anos 2000, tenho certeza que ele vai te surpreender.