Situações aparentemente banais mostram seus lados grotesco e tragicômico neste livro de estreia do jornalista Daniel Lisboa. Nos onze contos da obra, o leitor é apresentado, com certa dose de lirismo e humor, a um mundo no qual as relações humanas mostram seu potencial para o absurdo, a angústia e o egoísmo.
Um homem que quer muito ser um beija-flor, um filho paranoico a respeito dos fetiches da mãe, uma caixa de supermercado que transforma sua modorrenta rotina em uma oportunidade para analisar os clientes. Difícil distinguir o que é alegórico do que é, simplesmente, a crua realidade sobre o quão perdido pode ficar um ser humano.
"A primeira frase do livro anuncia que acabou a água com açúcar. Esse pode muito bem ser o resumo de Aberrações Casuais. Daniel Lisboa escreve à base de pedradas, revelando sempre o lado mais mesquinho e cruel dos personagens - que, apesar de tudo, seguem muito humanos - e forçando o leitor a admitir o quanto também está ali exposto. Literatura corajosa." Antônio Xerxenesky
"Ditadura, holocausto, fetiches e relações familiares vistas pelo original olhar de Daniel Lisboa provocam estranhos prazeres, dores irresistíveis, como tirar a casquinha de uma ferida. Há algo de muito novo nascendo aqui." Santiago Nazarian
"Daniel Lisboa escreve numa outra época, mas suas características são marcantes ao trazer um texto que não namora diretamente com o gosto do público mas, ao contrário, expõe as entranhas e o que há de estranho neste mesmo público." Haron Gamal, site Tertúlia