O Amor e a Linguagem formam o único ponto de acesso da vida humana à divina. Segundo Platão, existem dois mundos ou duas realidades: a inteligível e a sensível. Essa concepção platônica é conhecida por Teoria das Ideias ou Teoria das Formas. O primeiro mundo, o inteligível, é constituído de ideias eternas, imutáveis e inatas. O segundo mundo, o sensível, ou seja, o mundo empírico é o mundo percebido pelos sentidos, o qual para Platão não passa de uma pálida reprodução do mundo das Ideias. Além da cosmologia, também a antropologia platônica é totalmente dualista. Platão desenvolve a noção de que o homem está em contato permanente com os dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A partir Inspirado por O Banquete é possível inferir uma concepção de Amor, sendo ele o princípio originário de tudo. E inspirado pelo Evangelho de São João reflito acerca da Linguagem, que igual ao Amor é inteligível, perene, imutável, incorruptível e una. Logo, podemos também dizer que a Linguagem é princípio originário de tudo. Há então dois princípios? Não! Nesta reflexão o Amor e Linguagem são atributos ao Deus judaico-cristão. O Amor promove a unidade entre diversas pessoas de mesmo ou de diferentes idiomas, tal como a Linguagem promove a unidade de diferentes palavras. As paixões unem os diversos tipos de sentimentos, todavia esses sentimentos mudam ao sabor do vento, igualmente são as palavras, elas mudam com o tempo, devido aos fatores históricos e políticos, tal como vemos hoje com o idioma português. Por tal motivo o Amor, como vimos, é suprassensível e imutável, portanto, não se pode confundir o Amor com a Paixão. Do mesmo modo, não se pode confundir Linguagem com Palavra. Tendo o Amor e a Linguagem as mesmas características, concluo que ambos são divinos, ou melhor, Deus. E o Homem, por estar em contato com inteligível e com o sensível, está também em contato com o Amor e com as paixões, com a Linguagem e com as palavras.