Este trabalho visa aprofundar o conhecimento acerca da "intenção de ruptura" com o conservadorismo na profissão de Serviço Social. Em meados dos anos 1960, iniciou-se o movimento chamado Reconceituação na América Latina, que questionava as práticas profissionais "tradicionais" e buscava romper com o viés conservador e instaurar um projeto ético-político crítico. Tendo em vista o debate colocado para o Serviço Social brasileiro acerca do Movimento de Reconceituação Latino-Americano e do chamado "Congresso da Virada" de 1979, no Brasil, procurou-se pontuar os marcos históricos no momento da "virada" e analisar, na atualidade, posturas conservadoras presentes e dominantes na atuação profissional.
Buscamos demonstrar o quanto a profissão permanece, em alguns segmentos, conservadora, assistencialista e policialesca.
A formação mercantilizada em todos os níveis expressa-se pela superprodução universitária e de diplomas, contribuindo para a formação em massa de profissionais. Os entrevistados nos apresentaram uma profissão ainda predominantemente conservadora, assistencialista, com práticas pautadas em valores religiosos, o que demonstra que a profissão tem ainda uma estrada muito longa pela frente para contribuir para a criação de um novo modelo societário, pois, como afirmou Lukács, "o caminho acabou, a viagem apenas começa".