"Outro dia, uma amiga se queixou ao telefone: 'Tenho vinte e sete anos e descobri que, até agora, tenho me alimentado de migalhas'. Falei qualquer coisa banal & consoladora, como 'a vida é assim mesmo, paciência' — e desliguei. Só não desliguei a cabeça: a frase ficou dias dando voltas dentro dela. Até que, não lembro bem como, de algum lugar de dentro de mim veio a resposta que não cheguei a dar à minha amiga: 'Mas será que isso que você chama de migalhas não será, afinal, o próprio pão?'"
Caio F."A delícia, o humor, o misto de amargor, sarcasmo, ternura, euforia no registro do cotidiano da sensibilidade."
Italo Moriconi