O que o vôlei pode ensinar sobre a vida, mesmo a quem nunca se interessou pelo esporte que conquistou 23 medalhas olímpicas para o Brasil? Muita coisa, a começar pelo básico: a vitória é sempre fruto de muito suor. E não estamos falando de apenas uma partida, mas de anos de transpiração, até que cada jogador esteja pronto para executar de forma impecável, no momento decisivo, aquilo para o que foi exaustivamente treinado. Assim se constroem as conquistas, dentro e fora das quadras.
O vôlei brasileiro constituiu, a partir de uma revolução no início dos anos 1980, uma escola de excelência capaz de produzir seguidas gerações de atletas vitoriosos — da Seleção de Prata até o time campeão olímpico de 2016. Alexandre Ramos Samuel, o Tande, simboliza como poucos essa história. Em 1982, o filho de militar era gandula nos treinos da seleção e viu o Brasil vencer a então imbatível União Soviética, no Maracanãzinho. Dez anos depois, conseguiria o que ficou faltando àquela geração: o ouro olímpico.
Em A vida é um jogo, Tande revive os anos de esforços dele e de seus companheiros de quadra em busca da perfeição — o tempo em que deixaram de ser meninos para se tornarem homens e heróis do esporte brasileiro. Mas o talentoso atacante vai muito além. Ele conta como superou uma contusão para se tornar campeão mundial na Itália, fala da sua renovação para virar Rei da Praia e relembra os desafios que surgiram após a trajetória de atleta: o trabalho na TV Globo e a carreira como palestrante.
O roteiro seguido por Tande exigiu foco e determinação a toda prova e demandou uma enorme capacidade de reinvenção para se manter no topo. Este livro é sobre isso: a importância de se adaptar constantemente num mundo em transformação. Porque o vôlei ensina que quem se prepara melhor sabe o que fazer na hora da bola decisiva.