Este romance recria os últimos anos da vida de Walter Benjamin, um dos maiores filósofos e críticos de literatura do século XX.
Durante a década de 1930, o judeu alemão Walter Benjamin escreveu seus principais ensaios em uma livraria de Paris, cidade que amava e onde havia se exilado depois da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha. Mas, em 1940, os tanques nazistas chegaram ao subúrbio da capital francesa e Benjamin foi obrigado a fugir, carregando uma maleta com centenas de páginas de preciosos manuscritos. Depois de uma tentativa fracassada de escapar por Marselha, vislumbrou uma chance de fugir com Lisa Fittko, uma jovem combatente do nazismo que guiava judeus e outros refugiados através dos montes Pireneus e rumo à Espanha. De lá, com sorte, chegaria a salvo em Portugal ou na América do Sul.
Jay Parini intercala a história comovente da fuga com esboços do passado complexo e cosmopolita de Benjamin: sua infância privilegiada em Berlim, seus anos de militância no Movimento Jovem, os dias na universidade. E sua grande amizade com Gershom Scholem, o eminente teórico da mística judaica, é contada na própria voz do amigo.
Outro importante fio condutor é o relacionamento amoroso de Benjamin com Asja Lacis, uma bela marxista que conhecera em Capri, em 1926. O elenco de personagens desta história inclui ainda o dramaturgo Bertolt Brecht, o filósofo Theodor Adorno e muitos outros artistas e intelectuais, que fizeram parte do círculo de amigos íntimos de Benjamin durante as duas guerras.
Com Walter Benjamin, experimentamos as angústias da exclusão, o medo da perseguição; e, com Scholem, o sofrimento de quem perdeu um amigo brilhante. Mas este livro não trata apenas dos acontecimentos trágicos que marcaram sua fuga. Em parte, é também um elogio não apenas a Benjamin, mas a toda a tradição intelectual europeia. A travessia de Walter Benjamin é um romance surpreendente sobre guerra, história cultural e a grande divisão da civilização na década de 1940.