Lançando um olhar sobre os mecanismos de repetição empregados por Clarice Lispector na elaboração de seus textos, Carlos Eduardo Brefore Pinheiro verifica de que forma esse procedimento contribui para a construção de possíveis sentidos na obra da escritora. Tal verificação se consolidou unindo a teoria literária, isto é, a teoria da narrativa – sobretudo a do romance moderno – à teoria psicanalítica acerca do tema da "repetição", com base nos estudos de Sigmund Freud. Esta obra se alicerçou em dois pilares: de um lado, perceber a maneira pela qual tal procedimento se realiza nos romances Perto do coração selvagem, O lustre, A maçã no escuro, Água viva, A hora da estrela e Um sopro de vida, bem como nos contos "Amor", "A imitação da rosa" e "Feliz aniversário", de Laços de família; "Os obedientes" e "A quinta história", de A legião estrangeira; "Felicidade clandestina" e "Cem anos de perdão", de Felicidade clandestina; "Miss Algrave" e "O corpo", de A via crucis do corpo; "A fuga" e "Um dia a menos", de A bela e a fera; e na crônica "A geleia viva", de Para não esquecer; e, de outro, com um olhar mais demorado, perceber como a "repetição" atua na textualidade de A paixão segundo G. H.