A partir da análise da evolução dos estudos sobre o tema, a autora demonstra claramente que a tradução possui um conceito mais amplo, abarcando a cultura, o público ao qual se destina e a constante busca de contextualização. Não obstante, nota também que a prática da tradução na sala de aula diverge do que se deve entender por tradução. De fato, o método intitulado "Abordagem Comunicativa" propõe um ensino de língua estrangeira (LE) que vá ao encontro do desenvolvimento da competência comunicativa; que priorize o uso da língua estrangeira na sala de aula; que vislumbre transportar o aluno para o contexto em que a língua estrangeira é usada de forma comunicativa. A partir dos posicionamentos de diversos autores acerca dos fatores favoráveis e contrários ao emprego da tradução e da língua materna (LM) nas salas de aula, depreende que é necessário pensar nesse uso de forma mais abrangente, haja vista que o emprego ilimitado da tradução nas aulas pode não somente ser incentivado de forma apenas literal, mas também prejudicar a aprendizagem da língua estrangeira. Essa pesquisa mostra que a utilização da tradução e da LM ainda é tratada de forma muito sugestiva nos estudos sobre o tema e que é preciso pensar em questões que vão além de uma simples escolha do código linguístico, tais como a formação dos professores, o método de ensino adotado, as condutas dos corpos docente e discente, entre outras particularidades que podem contribuir para o êxito ou fracasso do processo de ensino/aprendizado de uma LE.