"A Social-Democracia na Periferia: a proposta inicial nos documentos fundacionais do PSDB" busca entender as adaptações teóricas e políticas utilizadas na recepção da social-democracia no Brasil, país da periferia do capitalismo e de tradição desenvolvimentista, durante o período da Redemocratização brasileira. Investiga a recepção e os ajustes do modelo social-democrata, especificamente a social-democracia de Terceira Via, modelo característico do final do século XX, pelo mais expressivo projeto partidário nacional que o reclamou – o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) – no período de sua fundação, entre os anos de 1988 a 1994.
Parto de duas perguntas: Qual a proposta de social-democracia era defendida pelo PSDB em seus documentos fundacionais? Em que medida esta proposta confirma ou se diferencia das propostas social-democratas de seu tempo? A partir de seu surgimento na Europa no final do século XIX, a social-democracia se expandiu e foi recepcionada nas mais diferentes partes do planeta. Seus conceitos e argumentos foram adaptados, reconfigurados e por vezes contraditoriamente alterados.
No Brasil, sua aclimatação é ainda mais única, principalmente se aceitarmos que nosso país, devido a seu processo histórico e de seu característico desenvolvimento capitalista, sempre foi um lugar em que as próprias dimensões continentais impuseram como fato uma miríade de situações própria de pobreza, exclusão e marginalidade. Neste sentido perguntamos: que social-democracia é possível no Brasil?