O tema deste livro, que foi minha dissertação de mestrado em Ciências das Religiões defendida na Faculdade Unida de Vitória em junho de 2020, é fruto do convívio com diversos arranjos familiares considerados "não tradicionais" na vida profissional de advogada e professora universitária da autora. Tem-se, portanto, um recorte sobre a importância da busca por igualdade de direitos da população LGBTQIA+, por serem cerceados no Congresso Nacional pela Bancada da Bíblia que ignora a diversidade brasileira e o pluralismo religioso, deixando clara a necessidade do debate e pesquisa de tais questões de forma contundente, sob pena de se criar, em pouco tempo, um Estado onde não se tem a igualdade entre todos. Nesse contexto, alinhado com a área de pesquisas sobre Religião e Sociedade, este livro se propõe a mostrar a evolução do conceito de família na história mundial, as questões históricas atinentes aos cidadãos LGBTQIA+, além de analisar a influência da Bancada da Bíblia do Parlamento Brasileiro na legalização das uniões homoafetivas no Brasil. Ao término deste livro, será possível constatar que, se os movimentos sociais impactam as políticas públicas em países democráticos, no Brasil, a mobilização e o sucesso político de uma ala religiosa e conservadora teve como consequência um ambiente legislativo inóspito para o avanço da legislação voltada à proteção das minorias, especialmente nas questões relacionadas aos direitos LGBTQIA+. Assim, a autora conclui que, onde quer que a religião seja forte e de cunho tão conservador quanto no Brasil, a vida dos LGBTQIA+ é notavelmente pior em termos de direitos, respeito, oportunidades e segurança.