Nesta obra, fruto de uma pesquisa de doutorado, Antônio Barros de Aguiar faz uma análise conceitual da semiótica do Cinema Negro brasileiro e seu possível diálogo com o Ensino de História. A pesquisa tem como objetivo criar mecanismos metodológicos para o uso desse cinema nas salas de aula a partir do desenvolvimento de temas relacionados à história africana, à cultura afro-brasileira, às relações étnico-raciais e à Educação Antirracista. A estratégia é abordar uma perspectiva interdisciplinar entre História, Cinema Negro, Filosofia Analítica, Antropologia do Cinema, Semiótica e História Comparada, entendendo que as fronteiras entre esses campos do saber são móveis e flexíveis. Trata-se de ir além do cinema como uma linguagem artística e uma experiência estética, levando o professor a problematizá-lo e dar-lhe significação, transformando-o numa potente ferramenta didática. Nesse processo, o autor utiliza como fontes de análise histórica e semiótica os curtas-metragens Alma no Olho (1973), Kbela (2015) e Elekô (2015), buscando perceber como os referidos audiovisuais se conectam e podem atuar historicamente no Ensino de História e na formação docente. Esses curtas-metragens são importantes veículos de representatividade e referências negras para que professores e estudantes possam desconstruir e combater a naturalização de estereótipos raciais nas salas de aulas, bem como construir sentidos e significados diversos em suas vidas práticas.