PARA ALMA FAMINTA, TODO AMARGO É DOCE! Escrevo porque as obra feitas por Deus não aconte ceram comigo para ficarem guardadas. Parece que a graça de receber uma maravilha reside, em parte, no ato de poder compartilhar e deixar registrado para que outras pessoas possam saber. Os milagres devidamente contextualizados devem ser tes- tificados; porque as obras feitas por Deus não são só mi- nhas e não aconteceram para ficarem guardadas. Foi isto que Deus, em outras palavras, disse a Isaías: " —Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não vol- tará para mim vazia, antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei. O mérito da ação está lá, de qualquer maneira ainda que silenciosa, mas a essência de receber um milagre é poder dividir, para que outros se fortifiquem na fé. Esta é principal razão deste livro, mostrar para outras pes- soas o que de bom Deus fez em nossa vida. E olhem, não é pouca coisa; se fôssemos reportar todos os bens recebidos da parte de Deus, não haveria papel sufici- ente para impressão. Sendo assim, narro a essência de obras operadas por Deus após nossa chegada ao Paraná, que humildemente cuido de reportar para que o nome de Deus seja glorificado. Que estes milagres possam inspirar outros milagres do gê- nero para que o nome de Deus seja glorificado, por um povo que Nele espera de dia e de noite Nesta graça maravilhosa, Deus tem nos conduzido sem que o infortúnio material seja empecilho nesta jornada rumo ao céu... Como poderá ler a partir de agora. Já passava das 10h30, pelos meus cálculos já havíamos an- dado aproximadamente nove quilômetros, o sol começava a mostrar sua força queimando nossa pele desprotegida. Mara havia colocado seu casaco sobre a cabeça; em busca de proteção contra aquele calor. Olhei ao longo da estrada para ver se via alguma árvore onde pudesse descansar, mas nada vi; consultando as ho- ras, comentei com Mara: —Já faz uma hora e quarenta minutos que estamos cami- nhando. Cansada, ela indaga: —Falta muito, amor? Ela já havia feito esta pergunta pelo menos umas cinco ve- zes e sempre recebia a mesma resposta: —Estamos chegando, aguenta mais um pouquinho. Um pouco à frente, ela reclamou:—Não sei se vou conseguir chegar, meus dedos dos pés es tão doendo muito. Naquele momento, olhando para minha companheira de tantas lutas, senti sua dor; em comunhão com os céus, fiz uma petição; pedi que Deus preparasse um anjo para nos levar. Pedido feito, pedido atendido; ouvi o barulho de um carro que, passando por nós, parou logo à frente; era uma Perua Parati preta da Secretaria de Saúde de Itambaracá. A bondade de Deus é com fartura pois, atrás do carro da Secretaria de Saúde, parou outro carro, era o senhor Vergí- lio, morador no Patrimônio, que nos trouxe. Durante o percurso de menos de 2km que nos separava do vilarejo; reportei-me ao ano de 2014 quando ainda morava no bairro de Botujuru, em Campo Limpo Paulista onde mo- rei por 18 anos, 16 anos apenas numa casa. A nossa vida é cheia de surpresas; durante quase duas dé- cadas, morei num mesmo bairro, porém, em vinte e oito meses fiz quatro mudanças e já me preparava para fazer a quinta. Saí de Campo Limpo Paulista para morar em Jundiaí onde morei um ano; foi quando conheci a cidade de Cunha, amor à primeira vista. De comum acordo com Mara, planejei nossa mudança para aquela cidade. Imaginava morando em Cunha, uma cidade dos sonhos, próximo de Parati, cidade das artes no litoral sul flumi- nense e a quarenta minutos das grandes cidades do Vale do Paraíba. Plano do homem é um, de Deus é outro. Numa sexta feira, acordei com a cidade de Bandeirantes na mente, não me causou estranheza, cidade onde passei parte de minha ado- lescência, próximo de Itambaracá minha cidade natal.