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A revolução dos bichos

A revolução dos bichos

Sinopse

Esta nova tradução desta já clássica parábola moderna de George Orwell tem como objetivo pôr em mãos dos novos leitores em versão digital um texto quese tornou obrigatório a todos que desejam compreender o mundo contemporâneo. Publicado em 1945, já sob os ventos do final da 2ª. Grande Guerra Mundial, o livro é uma crítica ácida à Revolução Russa de 1917, a qual, segundo o autor, que, do trotskismo, caminhou para uma postura bastante cética em relação aos movimentos revolucionários — não apenas aquele ao qual dirige sua rejeição direta,mas a todos, uma vez que sua crítica se estende indiscriminadamente às revoluções que, desde fins do século XVIII, se iniciaram pugnando por justiça social e terminaram por entronar no poder líderes totalitários por um lado e corruptos por outro. A passividade dos liderados e a fé cega em ideais abstratos são alvo desta fábula ácida, pois seria impossível a existência de líderes como os aqui representados caso o conjunto social se portasse de forma ativa e crítica, portanto consciente, em face de fatos e pessoas, fossem qual fossem sua natureza e seu status quo. Porém, não deixa de ser irônica a condição do próprio autor desta fábula inquietante, que documentos históricos recentes informam ter sido ativo na propaganda anticomunista do império britânico, ao qual serviu como informante. Sobre esse particular, O jornal Independent, ainda que justificando suas motivações, assim aponta o episódio: No entanto, há uma mancha — ou um imbrólio — em sua reputação, que esteve oculta até 1996, quando o arquivo do Foreign Office FO 111/189 foi tornado público, após a expirar o prazo de sigilo imposto pela da lei dos trinta anos, em abrigo da qual o mesmo arquivo se encontrava. A quebra de sigilo sobre o arquivo então secreto revelou que em 1949 o grande escritor fornecera, por meio de sua amiga Celia Kirwan, a uma agência de propaganda governamental semiclandestina chamada Departamento de Pesquisa de Informação (IRD), o que ficou conhecido como a "Lista Orwell". Orwell realmente entregara às autoridades britânicas os nomes de trina e oito personalidades públicas que ele julgava deverem ser tratadas como suspeitas, comunistas secretas ou "companheiros de viagem" que simpatizavam com os objetivos da Rússia de Stalin. Quando a existência da Lista de Orwell foi revelada em 1996, e quando o Foreign Office finalmente divulgou quem estava nela em 2003, as reações iniciais se tingiram de tristeza e perplexidade. Noutras palavras, os documentos históricos oriundos da quebra de sigilo em1996 apontam George Orwell — ele mesmo uma espécie de "Big Brother", diz a matéria— como um reconhecido informante do império Britânico, ainda que sob a justificativa das condições de época e sob o álibi de seu envolvimento pessoal com Celia Kirwan, a quem forneceu os nomes, como o leitor observará no artigo "George Orwell foi espião do serviço secreto britânico?", de Adam Lusher, para o jornal Independent, ao final deste volume. A presente edição se justifica por terem sido observadas nas que circulam no mercado em língua portuguesa alguns vícios, entre os quais a exclusão injustificada de alguns períodos no interior de parágrafos, para encurtar o texto; a opção por certo tratamento majestático ausente no original em língua inglesa e certa "licença poética" que converteu a gata, do original inglês, em "gato", em português, com decorrente concordância nominal para o masculino, o que, simplesmente, não tem razão de ser. Os nomes de certos personagens, quando se revelaram passiveis, foram traduzidos; os de tradução controversa foram mantidos em idioma original.