Desde os anos 1990, as empresas passaram a investir de forma voluntária em projetos sociais e culturais. Com o avanço do debate no campo da Responsabilidade Social Empresarial (RSE), a influência dos organismos internacionais, a pressão da sociedade civil e a diminuição do alcance das políticas públicas, grandes empresas passaram a atuar na profissionalização de agentes do mercado voltados para a operacionalização das práticas voltadas para a atuação no âmbito social.
Diversas literaturas foram produzidas, mas em sua maioria focavam na cronologia e instrumentação das ações de RSE. Poucas pesquisas identificam sua materialidade e seu alinhamento com os modelos que preconizam como boas práticas. Ou seja, a análise sobre o discurso frente à ação real e empírica. Esse trabalho visa contribuir para o estudo sobre a participação empresarial nas questões do desenvolvimento social do país, principalmente numa empresa estatal. Se estão alinhadas com as políticas estatais, complementando ou suplementando as políticas públicas, se vai além das obrigações legais e quais são os interesses da empresa.
A análise da atuação de uma grande empresa estatal brasileira em ações voltadas para o desenvolvimento do país pode ser um norteador, ou não, para que outras empresas adotem essas práticas e integrando as empresas como corresponsáveis pelo desenvolvimento da cidadania com o Estado, potencializando as ações de RSE de modo a direcioná-la às necessidades imediatas e urgentes da sociedade.