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A queixa escolar por quem não se queixa

A queixa escolar por quem não se queixa

Sinopse

O presente estudo teve como objetivo compreender que sentido os alunos constroem sobre si quando encaminhados ao atendimento psicológico por queixas escolares ou dificuldades de aprendizagem. O professor percebe as dificuldades do aluno, dando-lhe uma significação. E o aluno? O que percebe? Como se sente? O que tem a dizer – com seu corpo, seu traço, suas histórias? Essas foram as questões que procuramos responder, apoiando-nos em conceitos da Psicologia Sócio Histórica formulados por Vygotsky e González Rey. Realizamos breve levantamento histórico a respeito de como ocorreram os atendimentos às dificuldades de aprendizagem nas Secretarias da Educação e da Saúde, na cidade de São Paulo, recuperando o percurso profissional do Psicólogo. No estudo de campo, realizamos pesquisa qualitativa por meio de entrevistas individuais e em grupo, com cinco participantes, com idade entre 8 e 12 anos, alunos de escolas públicas, encaminhados ao psicólogo em uma Unidade Básica de Saúde do Município de São Paulo. Os dados coletados foram organizados em núcleos de significação. Dessa análise, apreendemos que cada participante constrói um sentido próprio sobre seu processo de aprendizagem, sente-se capaz de aprender e pensa de modo prospectivo. A escola é o lugar de aquisição de conhecimentos, mesmo que mantenha interações não educativas com os alunos. Concluímos que a lógica da exclusão ocorre não apenas nas salas de aula, mas também nas unidades de saúde em relação à infância e adolescência.