A obra A Presidenta e suas Nove Ministras perpassa o universo feminino caracterizado pelas personalidades das deusas greco-romanas, que sobrevivem há três mil anos no inconsciente coletivo, ditando padrões comportamentais. Para os gregos Ártemis, Atena, Héstia, Hera, Deméter, Perínea, Afrodite; para os romanos Diana, Minerva, Vesta, Juno, Ceres, Coré, Vênus. Tais traços foram transportados para o modus vivendi de um grupo de mulheres que um dia cruzou a vida da "Presidenta", uma sindicalista mulata, nordestina, coxa, pobre, baixinha, feia e assumidamente lésbica que, por um tremendo acaso do destino, vê-se subitamente eleita presidente de uma nação. Esse grupo de mulheres – por quem a Presidenta eleita sente toda sorte de amor – ora fraterno, ora intelectual, ora materno, ora platônico, ora psicológico, ora anímico - será convidado a compor seu ministério, mediante, porém, certas imposições, tais como suportar um estágio prático e anônimo na condição de povo, "sentindo na pele o que o povo sofre na carne viva". E assim inicia uma verdadeira saga pontuada de insólitos percalços para essas nove mulheres que, depois da experiência dos estágios ministeriais, transportarão para sua práxis um olhar bem mais amadurecido, sensato e humano. Mesmo não comungando com suas preferências sexuais, difícil será a mulher que não se identifique com alguma das personalidades que desfilam nesta obra. Difícil será o homem que não reconheça nelas características das mulheres que marcaram sua vida.