A Porta Estreita, de André Gide, é um romance marcado pela introspecção, pela busca da pureza espiritual e pelos dilemas entre o desejo e o dever. A narrativa gira em torno de Jérôme, que nutre um amor profundo por sua prima Alissa. No entanto, Alissa, guiada por princípios religiosos e por uma moral rigorosa, renuncia a esse amor em nome de uma vida de abnegação e sacrifício. A decisão dela, embora motivada por um ideal de virtude, conduz ambos a um caminho de sofrimento e frustração silenciosa.
Desde sua publicação, A Porta Estreita tem sido reconhecida por sua escrita refinada e por sua análise sutil dos conflitos interiores. Gide mergulha na psicologia de seus personagens para refletir sobre a tensão entre espiritualidade e paixão, entre o ideal e a realidade. A obra é carregada de simbolismo e referências bíblicas, especialmente à ideia do caminho estreito como metáfora da renúncia e da salvação.
A permanência da obra no cânone literário se deve à sua capacidade de provocar reflexões sobre a natureza do amor, da fé e das escolhas que moldam a existência. A Porta Estreita continua a tocar leitores ao expor as contradições humanas diante do desejo de perfeição e do medo da entrega.