A polaca Mila Kalinovsky era uma loirinha de ar um tanto selvagem, com uma segurança de niilista; um diabinho de olhar ardente, de sorriso enigmático muitas vezes malicioso, de lábios e dentes admiráveis; delgada e esbelta, tinha uma expressão altiva e resoluta e, ao mesmo tempo, algo de infantil. Cada um de seus passos, cada uma de suas palavras demonstrava seus treze anos. Em contrapartida, Nelvo Koltz, um comerciante de meia idade, fornicário, contrariando as características da incontestável beleza adolescente dessa ninfeta, desde seu primeiro olhar sobre ela; não foi necessário mais que um minuto para sentir despertar-lhe uma paixão incomum, não correspondida, que o levou a uma incansável perseguição ao prazer de tê-la como mais um troféu a satisfazer seus prazeres concupiscentes. Muitas surpresas permearão essa trajetória vilanesca, até mesmo situações cômicas.