A poesia desta obra nos sugere ainda um tácito e delicado alerta: não temos sentidos para aquilo que não temos vivências! Ora, se antes não tivemos olhos para percebermos "as folhas se apressarem com pernas de saúvas", ou se nosso olfato já não valorizava mais "o cheiro do café no ar", ou se não tínhamos audição para "o som de paz" do oceano, ou se nosso tato esqueceu que "sentir" faz parte de "ser", ou até mesmo se nunca consideramos que "a alma fala", não é porque somos incapazes desses sentidos, mas sim porque elessempreserãoinúteis,ouinexistentes,emrelaçãoàs vivências que não nos permitimos. Será que nossas vivências ficaram perdidas para além da pressa e do improviso incessante das multitarefas que nos impomos? Será que a ausência delas atrofiaram nossos sentidos mais refinados? Será que isso é vida? Descobrir um livro que nos faça desejar experiências e sentidos perdidos é revigorar, é viver e não apenas sobreviver, é, portanto, encontrar um tesouro. Caroleitor,eisaquiumtesouroquevocêacabade encontrar. É impossível não enriquecer com seus valores. Luciano Olavo da Silva Professor de Direito e Filosofia. Amigo do autor e admirador de sua obra