A obra toma como objeto o Sensacionismo de Fernando Pessoa, enquanto elemento característico da sua estética modernista, e busca estabelecer um diálogo com o arcabouço teórico da análise religiosa da arte de Paul Tillich, cujo desenvolvimento finda por ressaltar conceitos como o de incondicional, de vida, de estilo, de coragem, de angústia, de desespero e de vazio sagrado. Com a problemática da investigação construída a partir de categorias tillichianas, investimos no entendimento da obra literária como documento de sua época, como obra que traz em sua substância os elementos que nos permitem compreender a existência religiosa do seu tempo. Considerando o período decisivo na história da humanidade, principalmente pelas transformações sociais que se desenvolveram nele, enxergamos na dimensão da arte do início do século XX um fecundo terreno de análise, a fim de melhor compreendermos as grandes implicações que a crise da modernidade nos trouxe nos diversos âmbitos da vida humana, visto que esses desdobramentos ainda se fazem sentir e mobilizam uma cadeia de acontecimentos ainda em curso.