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"A palavra que vivifica e salva contra o mal da palavra que mata"

Sinopse

A obra examina a atuação da imprensa católica após a separação entre Igreja e Estado no Brasil (1889) e como as campanhas pela chamada "boa imprensa" ecoaram especificamente em Belém do Pará, no período de 1910 a 1930, contribuindo para o fortalecimento da instituição e a organização dos jornais católicos que existiam na cidade. Busca compreender a expansão diocesana e a reorganização paroquial impetradas pela Igreja como forma de reação ao fim do padroado e às mudanças dos finais do século XIX, o que se convencionou chamar de "modernidade". Os debates concentram-se no principal jornal católico paraense do período, A Palavra, que contou com a influência de padres e leigos, sendo dirigido por Paulino de Brito e Florence Dubois (padre da ordem dos barnabitas e principal protagonista das polêmicas). Essa imprensa se posicionava enquanto instrumento de evangelização e combate aos supostos inimigos da fé católica, enfrentando espíritas e protestantes. Os periódicos católicos assumiram a missão pedagógica de controle e moralização dos costumes, direcionando grande parte dos artigos às mulheres. Através desses escritos, censuraram os "perigos da modernidade": leitura de romances, idas ao cinema, filmes, bailes, danças e modas. A autora analisa o processo de construção do discurso da igreja católica em Belém através dessa imprensa e verifica como esses escritos dialogavam com questões locais, refletiam as negociações entre interesses da diocese, dos barnabitas e dos demais sujeitos históricos que tinham acesso a tais periódicos e como suas representações, que por vezes foram reinterpretadas, outras apropriadas, geraram ações e polêmicas escritas e reescritas na imprensa local.