Poema atemporal, A Ópera dos Culpados tem como cenário um mundo profano e descreve a fuga de um pobre e surdo andarilho que condensa todos os seus sentimentos numa constante tentativa de entender os sentidos da ordem que o conduz. João, nome custosamente desvendado, é como um pintor que critica constantemente o sofrimento que sua própria obra lhe causa, mas também, como o título sugere, integrante de uma ópera cujo som não escuta e o maestro não vê. Ao decorrer de sua jornada, acabará por preferir os prazeres simples da vida e, embora abalado pela saudade, seguirá em frente com esperança de encontrar integridade. Uma crítica à burguesia e a política que não traz esperança, esta obra é uma reverência à arte e aos artistas que insistentemente compartilham da sensibilidade estética e do profundo anseio por harmonia.