A presente pesquisa busca uma compreensão política possível a partir de um mergulho no pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger. Assim, inicia-se com a análise dos textos da ontologia fundamental, notadamente das obras escritas na década de 1920 e que não assumem a filosofia política como preocupação central. Neste caminho aparecem elementos imprescindíveis para a tentativa de desvelar uma compreensão política mais originária. Aborda-se temas como: o mundo e o cotidiano. É também problematizado o compartilhamento de mundo, o ser-com e, ainda, a impessoalidade. Em um segundo momento, investiga-se a comunidade, o povo, a decisão e como a história está relacionada a esta discussão. No enfrentamento a estas questões, pontua-se a compreensão da verdade e de uma temporalidade originária debatida nas obras do referido pensador alemão. Neste ponto, adotou-se obras tanto da década de 1920 como da década de 1930. Na terceira e última parte, volta-se a atenção para os textos produzidos no ano em que Martin Heidegger assumiu o reitorado da Universidade de Freiburg (1933) bem como em alguns textos anteriores e posteriores que, de alguma maneira, têm relação direta com este período. Conclui-se, assim, que a liberação de uma outra compreensão política é possível a partir do acesso ao pensamento de Heidegger, desde que exista a disposição em adotar uma compreensão holística de sua obra.