Você já se deparou com a dificuldade de transcrever pela escrita o que deseja sem o auxílio da inflexão, da tonalidade e do ritmo próprios das palavras vocalizadas? Mauricio enfrentou essa dificuldade de, sem a musicalidade expressiva da oralidade, transmitir fatos, ideias, sentimentos e sensações que, segundo acredita, podem impactar quem, como nós, busca sentido para tudo o que vê e vive. Impelido pela necessidade de falar do que vivenciou, deparou-se com a dificuldade, aparentemente insolúvel, de reproduzir no escrito a força expressiva das palavras faladas, que, para melhor compreensão, bailam na entonação das vozes. Enfrentou também a dificuldade de fazer o seu registro histórico, para além da sua própria pré-história, sem perder a espontaneidade; reproduzindo, ao contrário, a espontaneidade natural da fala que, pela Ciência, é uma das principais transições no processo de evolução da humanidade e, pela Bíblia, como o Verbo, é o princípio de tudo, para transmitir sua fé na Ciência e sua Razão de ter fé, do desvario à consciência, do que se tem ao que se quer. E é por isso que ele quis ter sua fala escravizada por palavras, que para as libertar, sendo amas, são servis e, para encantar a quem declama, são ritmadas.