O Cemitério da Consolação (região central da cidade de São Paulo), considerado "museu a céu aberto", guarda obras de escultores da estatura de Victor Brecheret e Galileu Emendabili. Marcos de um momento em que o crescimento industrial e a pujança econômica fizeram florescer uma arte tumular na cidade nos moldes europeus.
A arte tumular é uma forma de expressão presente nos cemitérios, geralmente visando simbolizar o sentimento que uma família deseja deixar a um familiar. Envolvendo esculturas, inscrições e plantas, ela diz respeito a todos os elementos de imagens que estão ligados às relações com a morte e à construção de memórias.
A simbologia da arte tumular ultrapassa a ideia de construir uma memória familiar no cemitério da Consolação. Ela é parte relevante de um projeto identitário, uma forma de expressão social e de poder.
Esta obra analisa a arte tumular e a representação simbólica de três grupos econômicos dominantes da cidade de São Paulo na segunda metade do século XIX e início do século XX: a aristocracia imperial; imigrantes italianos e sírio-libaneses.
Ao nos concentrarmos na compreensão da representação visual da morte através da arte tumular, aprendemos a interpretar as diversas variedades de signos, ícones, índices, simbologias e alegorias, pois, em cada túmulo, há um discurso, encarnado em pedra e metais.
Marcos nos dá uma nova perspectiva dos espaços cemiteriais, a partir do olhar da arte, do patrimônio cultural e suas representações simbólicas.