O TABLADO apresenta:A menina e o Vento (1962), traduzida em outros países, em que Maria, por estar entediada com as chatas lições da tia, acaba se envolvendo com um ser mítico, o Vento "em carne e osso", numa história fantástica. Maroquinhas Fru-Fru (1961), peça aclamada pelo público, nos diverte com uma disputa de dois amigos pelo coração de uma bela jovem numa cidade de interior brasileira. Já na premiadíssima Maria Minhoca (1967), Mister Bulldog, um pai ciumento, faz de tudo para que sua filha escolha o homem certo... que, antes de tudo, precisa passar pela sua aprovação. Por fim, A Gata Borralheira (1962), adaptação magistral com comoventes e inesperadas inovações, como a ambientação em uma cidade de Minas Gerais. Tudo no melhor estilo de Maria Clara Machado.Quando comecei a estudar teatro com Maria Clara Machado em 1970, o Tablado estava produzindo Maroquinhas Fru-Fru com o elenco de atores daquela época. Embora eu não fosse mais criança, e sim adolescente, me lembro do fascínio e encantamento que a peça me causou, e que todo fim de semana lá estava eu no Tablado, assistindo ao espetáculo. Lendo o texto agora, confirmo sua carpintaria teatral, uma característica da autora: diálogos precisos, história bem-armada, acabamento teatral e um senso crítico apurado, tornando o texto muito engraçado. A comédia de costumes ingênua às vezes ganha toques picantes de vaudeville, com direito a todos os mal-entendidos e correrias do gênero que divertem e interessam crianças e adultos. Porém o brilho e a magia de qualquer texto de Maria Clara Machado apareciam, em sua totalidade, na montagem do espetáculo que era dirigido por ela, tornando-o inesquecível, pois Maria Clara sempre escreveu seus textos mais no palco do Tablado do que nas páginas de um texto.Quando fui convidada por Maria Clara Machado para fazer parte do elenco de sua nova montagem, a peça A menina e o Vento, eu estava sentada na sala do Tablado tomando o famoso chá das cinco horas, uma tradição "tabladiana".