Este livro descreve uma luta desigual. De um lado, as pessoas atingidas pelo
rompimento da barragem de Fundão, o maior desastre socioambiental da história do
Brasil. Do outro, a Samarco, a Vale e a BHP Billiton, que estão entre as maiores
mineradoras do planeta. Anos depois do despejo de rejeitos, as comunidades não
recuperaram seu modo de viver, submetidas a aparatos técnicos e jurídicos da reparação
de perdas e danos. A análise documental e a pesquisa de campo com a comunidade
atingida de Paracatu de Baixo sugerem que esse desastre provocou uma ruptura no
espaço e no tempo. Para retomar a forma de vida, a comunidade lançou mão de uma
poderosa ferramenta: a memória.