A obra Lei da Inércia: planejamento pedagógico e aprendizagem é dirigida ao professor preocupado com a aprendizagem efetiva dos seus alunos e com a qualidade do conteúdo a ensinar. A palavra do professor sobre o ensino na realidade da sua sala de aula, conduzindo as atividades orientadoras planejadas a priori, é de desânimo; os conteúdos pedagógicos e científicos do curso de graduação que os habilitou a serem professores parecem não se encontrar. Mesmo frequentando cursos de atualização para melhorar as aulas, acabam por desistir, porque na sala de aula esbarram na dificuldade da interação com o aprendiz, sendo incapazes de sustentar um diálogo significativo que leve à aprendizagem. A academia, por outro lado, nos últimos 30 anos, tem trabalhado com a pesquisa em ensino das ciências e apresentado resultados que parecem interessantes, até mesmo produzindo textos dentro do currículo de física do ensino médio; as instituições governamentais também têm se esforçado na produção de diretrizes para a educação em geral e particularmente para o ensino da física, contando com a colaboração de pesquisadores das universidades. Entretanto nos encontros de pesquisadores aparece sempre a questão intrigante: "Por que os resultados das pesquisas não chegam à sala de aula?". E nos encontros com professores a questão desorientadora daqueles que procuraram atualizações e conheceram algum resultado acadêmico: "Eu tenho instrumentos para conhecer as concepções errôneas dos meus alunos, mas o que fazer com elas?".
O livro está escrito para o professor, em uma linguagem simples que toca nos problemas reais da sala de aula; oferece problemas sugestivos de atividades a serem levadas para as aulas e, eventualmente, fazerem parte do planejamento a ser conduzido. Os problemas, envolvendo conteúdos que tratam da mecânica newtoniana, focalizando a Lei da Inércia – sempre mal compreendida e pouco explorada no ensino –, são típicos dos manuais de física correntes ou obtidos das pesquisas sobre ensino de física. O texto é uma mensagem para a ação do professor, disposto a ouvir, dialogar, refletir sobre suas ações, reelaborar continuamente seu planejamento, sem perder o foco do conteúdo a ensinar, com especial atenção às barreiras cognitivas que dificultam a aprendizagem.