Em seu Ética a Nicômaco, Aristóteles demonstrou a ambiguidade da justiça. Se por um lado, diz-se justo aquele que cumpre a lei, por outro, a justiça é identificada com a realização da igualdade, seja na relação entre as pessoas ou na relação entre elas e o governo.
O usual raciocínio metódico e perspicaz do estagirita o levou a analisar as nuances ocultas naquelas ambiguidades. Se justo é cumprir a lei, como deve se dar a interpretação e aplicação da lei? Qual o papel do juiz nesse processo? Se justo é dar a cada um o que lhe é devido, quais critérios nos permitem identificar o que é o devido em cada caso? Qual o papel do governo na realização dessa igualdade?
Neste "A Justiça sub judice: reflexões interdisciplinares" o público encontrará reflexões levadas a cabo por excelentes pesquisadores que, com a qualidade de seus trabalhos, fazem jus e, de certo modo, homenageiam a tradição de reflexões da qual faz parte Aristóteles, mas também filósofos e juristas como Kant, Bentham, Mill, Kelsen, Foucault, Dworkin, Alexy, dentre muitos outros.
Espera-se que as reflexões interdisciplinares, plurais e democráticas que compõem este livro possam contribuir, mesmo que modestamente, para a construção de uma sociedade mais justa.