"Somos 220 milhões de técnicos." Esta frase é constantemente reproduzida pelos meios de comunicação às vésperas da Copa do Mundo e indica a conflituosa e agitada posição do treinador de futebol, em especial o da seleção brasileira. Convocação, escalações, esquemas e estilos de jogo permeiam o noticiário colocando a figura do treinador em evidência e creditando a ele o possível sucesso ou fracasso da equipe. Filipe Mostaro apresenta uma interpretação da realidade comunicacional brasileira pelo viés dos estudos de Comunicação e Esporte, com ênfase no futebol, trilhando caminhos iniciados por seus ex-orientadores Ronaldo Helal e Márcio Guerra. Neste livro, Filipe tira do banco e traz para a área de meta personagens do futebol que ganharam grande projeção ao longo do século XX: os técnicos das seleções brasileiras.
São 200 dias de análises, totalizando 2.351 reportagens em três jornais impressos, dentre as quais 577 mencionavam os técnicos da seleção. Uma pesquisa de fôlego, que indica o imaginário elaborado sobre essa personagem, estava intimamente ligada ao interesse da elite nacional em dominar e usar o esporte a seu favor. Nas nove edições do torneio, de 1930 a 1970, Filipe mostra como o treinador surge como a ponte entre capital (CBF) e trabalho (jogadores).