Tocando à raiz dos problemas que nos afligem e, conseguindo equacioná-los de forma clara, Dias Gomes apresenta em A invasão uma obra que focaliza o drama intenso e amargo dos sem-teto no Brasil.
Moradores de uma favela carioca perdem suas casas depois de uma enchente. A saída? Ocupar o esqueleto de um edifício em construção. Os personagens logo se veem oprimidos entre as promessas de políticos demagogos e a exploração de negociantes inescrupulosos.
Dias Gomes, sempre se mostrou um dos autores mais conscientemente capacitados para essa atuação cultural e política. Suas peças, de extraordinário conteúdo humano e desprezo pelos clichês partidários ou linguagem dirigida, conseguiram produzir profundo e definitivo impacto emocional nas plateias, mostrando-lhes que há muito mais de podre neste reino da Dinamarca do que podiam imaginar.
Da saga patética de Zé do Burro ao drama intenso e amargo dos sem-casa ao flagrante sem retoques de um Nordeste em que o misticismo é irmão gêmeo da ignorância e gerado no ventre negro da miséria e da exploração do homem pelo homem, Dias Gomes segue uma linha criadora da mais significativa importância social.
Em A Invasão, Dias Gomes segue uma linha criadora da mais significativa importância social ao focalizar o drama intenso e amargo dos sem-casa. O autor vai à raiz dos problemas que nos afligem e, conseguindo equacioná-los de forma clara, coloca suas soluções ao alcance de todos aqueles que efetivamente busquem resolvê-los.