Porque certos valores morais são definidos como virtudes dentro de uma sociedade? Quem define e classifica as condutas? A moralidade se legitima através da religião ou da política? Talvez através das duas? O conceito de imoral parte de onde? A sociedade vive as condutas morais de forma natural ou somente porque lhes são impostas? O ser humano é naturalmente mau, como diz Hobbes (1988) ou naturalmente bom, como entendia Rousseau (1965)? Ser ou não ser, eis a questão. Em meio a tantos questionamentos e a tantas incógnitas, a questão da moral se tornou recorrente dentro dos meus estudos, que sempre foram direcionados para a compreensão desse tema. Acredito que entender a moral é antes de tudo compreender parte de quem somos, e quem somos, no meio social, porque moralidade e imoralidade dizem respeito, no fim das contas, aos nossos comportamentos cotidianos. Cabe saber, no entanto, se nossos comportamentos são guiados, definidos e estipulados por forças institucionais ou se tendemos a agir de forma natural e livre. A Infecção da Alma foi o título da dissertação do autor, que recebeu o título de Mestre em 2014 pelo Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Seu orientador Rodrigo Coppe Caldeira foi grande responsável para que este estudo pudesse ser realizado. Buscando compreender o papel da Igreja na sociedade mineira, o autor confrontou dados em periódicos e constatou que a Igreja utilizou da imprensa para reafirmar uma doutrina moral condenada pelos avanços da modernidade. Num período de mudanças e consolidações políticas como foi o Estado Novo como era vista e combatida a imoralidade trazida pelos ideários modernos? A Infecção da Alma tenta responder estas questões e parte do princípio de que a compreensão e o aprendizado sobre nós mesmos é e deve ser a melhor fonte para a uma boa moral.