A proposta da obra é apresentar a inclusão do negro e do pobre no futebol brasileiro, num recorte histórico entre 1900 e 1927. O futebol era um esporte refinado praticado pela alta sociedade carioca que via na sua prática um estilo de vida, um elemento de diferenciação. Dessa maneira, o livro discorrerá sobre as medidas implementadas para afastar as classes populares desse esporte que hoje é uma paixão nacional, quase que uma identidade do nosso brasileirismo.
Destaco também a importância do Clube de Regatas Vasco da Gama no processo de luta contra o racismo e preconceito, pois revolucionou o futebol da época com medidas corajosas e inovadoras que soavam como absurdas, haja vista que as elites procuravam fazer do futebol uma prática de diferenciação social que pudesse expressar sua suposta "superioridade".
Por fim, essas elites não conseguiram manter por muito tempo a prática do futebol como seu monopólio, já que em 1910 a sua prática já começava a despontar em todas as periferias do Rio de Janeiro (Capital da República), que evidentemente, a partir do ano de 1923, com a ascensão do Vasco à primeira divisão, se consolida de vez no seio e imaginário popular. Esse pioneirismo transformou o futebol num elemento agregador, ao qual negros e pobres não só têm acesso, mas conseguem ascender socialmente.