João Arcanjo Boa-Morte era o professor brutal que coordenava uma equipe de especialistas no curso noturno – e secreto – para alunos delinquentes. O reforço disciplinar tinha o apoio da diretora Clotilde Krebs que, diante da escola mergulhada no caos e na violência, impôs uma drástica medida. O diário de classe era pavoroso, explosivo.
Até que um sindicalista enlouquecido pelo poder se candidatou a vereador aliciando diversos alunos aos subterrâneos da política com seus figurões, bandidos, feministas, assessores e generais com nervos de aço e fala gentil. Tudo em uma escalada vertiginosa de fatos como o impeachment de Dilma Rousseff, o nascente Movimento Escola sem Partido, as teorias comportamentais, a destruição do caráter desde a adolescência; amores, amizades e famílias aniquiladas em desinformação e a fúria de arruaceiros prontos a invadir uma escola.
Boa-Morte os aguarda – à espreita de candidatos a uma vaga no triturador de canalhas – com lápis, caderno, livros, notebook e um dardo tranquilizante...
Matrículas abertas, o magistério não mais será o mesmo.