"A Garota do Cárcere" constrói, com sensibilidade, um enredo sobre as múltiplas formas de prisão — física, emocional e social — acompanhando a experiência de Luna em suas interseções pessoais e coletivas, inserida em um ambiente interiorano marcado pela solidariedade e pelos preconceitos.
O percurso da protagonista transita do encantamento juvenil à maturidade dolorosa, revelando a complexidade dos vínculos afetivos e das estruturas sociais que dificultam, mas não impedem, a reinvenção de si. A força do romance reside principalmente na combinação de uma voz feminina que, apesar dos traumas, encontra na rotina diária e na maternidade uma base para reconstrução identitária.
Ao propor um final aberto, o texto reafirma que romper o ciclo da violência exige persistência e apoio, mas é possível, mesmo que gradualmente, ressignificar a própria história.