Em A Finitude do Ser, Davi Roballo tece uma meditação filosófica e poética sobre o envelhecimento, a mortalidade e a condição humana em um mundo que idolatra a juventude e a produtividade. Mais do que um tratado sobre a velhice, o livro é um manifesto contra a negligência moderna que transforma idosos em invisíveis, reduzindo suas vidas a meros resíduos de uma sociedade obcecada pelo novo. Através de 30 capítulos densos e interdisciplinares, Roballo mergulha em temas como a solidão como condição existencial, a construção social da decrepitude, a espiritualidade do crepúsculo e a resistência silenciosa dos que desafiam a tirania da utilidade. Com referências a pensadores como Heidegger, Kierkegaard e Kafka, e diálogos com mitologias ancestrais, o autor desvela a velhice não como declínio, mas como síntese de sabedoria — um portal para a transcendência, onde a aceitação da finitude revela a verdadeira plenitude da existência. A obra critica a medicalização do envelhecer, a indústria da imortalidade transumana e a necropolítica estatal que descarta corpos improdutivos. Mas também celebra a arte, a memória e a contemplação como atos revolucionários. Em capítulos como A Literatura e o Outono da Vida e A Poética do Declínio, Roballo mostra que a velhice é um laboratório de reinvenção, onde a lentidão se torna resistência e o silêncio, linguagem. Prefácio e Introdução já anunciam o tom do livro: uma fenda no tecido do tempo, um convite a olhar no espelho trincado do existir.