O mal é assunto privilegiado das investigações de Jean-Jacques Rousseau e o exame que o livro faz desse tema é crucial para a compreensão do sofrimento humano em muitas de suas expressões contemporâneas. A análise que Israel Costa faz da obra do genebrino revela um pensamento que antecipa elementos caros à filosofia da existência e da linguagem, na medida em que destaca a recusa da ideia de essência humana maculada com o dogma da perversidade intrínseca; o postulado da liberdade humana enquanto capacidade de regência autônoma do curso de sua própria história e; uma filosofia da linguagem que se resolve como éethos de morada e abrigo contra o mal-estar do artifício da guerra entre natureza e civilidade.