A felicidade é facil comprova que Silvestre veio ocupar um lugar de destaque no quadro literário brasileiro. Com engenho, ele subverte a forma vencedora do primeiro romance, em que a macro-história (o conturbado período pré-ditadura militar) servia como pano de fundo a um relato de violência e mandonismo. Neste novo livro, os destinos pessoais estão indissoluvelmente ligados à macro-história, o governo Collor. O autor une as duas pontas da história recente do Brasil: se em Se eu fechar os olhos agora havia ainda uma certa inocência, por meio do olhar das crianças, em A felicidade é fácil ingressamos na era do cinismo, do despudor, do salve-se quem puder.