Eis o admirável mundo novo! A epidemia nos trouxe um festival de incertezas. Não temos certeza de nada. É uma doença fabricada? Irá regredir? Permanecerá endêmico? O confinamento resolveu alguma coisa? Pelo que se vê pelo mundo, não resolveu nada. Os impedimentos, as restrições os racionamentos que sofremos induz a algo mais sério? Se sim, o que se espera dos gestores políticos? Não sabemos quais serão as consequências políticas, econômicas, nacionais e planetárias das restrições trazidas pelos confinamentos. Não sabemos se devemos esperar o pior, o melhor, ou uma mistura dos dois: estamos indo rumo a novas incertezas. Essa crise sanitária planetária é uma crise da complexidade? Como confrontar, selecionar, organizar adequadamente esses conhecimentos, conectando-os e integrando a incerteza. Para mim, isso revela mais uma vez a carência do modo de conhecimento que nos foi inoculado, que nos faz separar aquilo que é inseparável e reduzir a um único elemento aquilo que forma um todo ao mesmo tempo uno e diverso. Com efeito, a revelação fulgurante das convulsões que sofremos é que tudo o que parecia separado está ligado, uma catástrofe sanitária em cadeia, ameaça a totalidade de tudo o que é humano. Conceitos precisam ser revistos.