Esta obra traz uma narrativa verídica ditada pelo espírito do Cacique Akunaã, da tribo dos Pataxós, povo originário do Brasil que, no século XVI, recebeu a esquadra de Pedro Álvares Cabral no marco do descobrimento da Terra de Santa Cruz. O relato resgata uma parte da história silenciada, marcada pelo sacrifício, pela fé e pela entrega de uma tribo que acolheu os colonizadores sem hostilidade, mesmo em tempos de violência entre povos nativos. Nenhuma flecha foi lançada, nenhum ataque realizado; os Pataxós abriram os braços àqueles que chegavam em grandes embarcações. Akunaã, pela via espiritual, vem preencher a lacuna deixada pela história oficial, revelando como viviam, o que pensavam e as lutas que enfrentaram para permanecer em sua terra. O livro retrata aspectos sociais, econômicos e espirituais da tribo, mostrando como foram preparados pela Espiritualidade Maior para receber os estrangeiros em paz, como irmãos. Porém, a chegada da esquadra trouxe também sofrimento: ao partirem, os portugueses deixaram uma doença desconhecida, que dizimou quase toda a população indígena, atingindo crianças, jovens, adultos e anciãos. Apesar da dor, o testemunho transmite esperança: a espiritualidade assegurou que a semente do povo Pataxó não desapareceria, mas floresceria em novas gerações. Esta obra, portanto, é um chamado à valorização da memória dos povos originários, tantas vezes esquecida nos livros escolares, mas essencial para compreender as raízes espirituais e culturais do Brasil.