Ao lidar com o texto literário editado e publicado confrontado com anotações, marcas e rabiscos e o processo de construção do texto, a crítica genética descortina o processo de criação em sua profundidade. Tal ciência, tendo avançado e ganhado musculatura com uma metodologia bem estruturada, não é de estranhar que passa a ser aplicada a outras formas de saber e de linguagem que envolvam algum processo de criação. Este livro trata de demonstrar as possibilidades de se esmiuçar os processos criativos de vária áreas do conhecimento humano para além da literatura, em busca da lógica que estrutura a construção do saber nas sociedades humanas.QUARTA-CAPA A crítica genética nasceu da curiosidade em se saber como um determinado texto escrito é gerado, gestado, desde seus primeiros rascunhos, passando pelo diálogo entre o autor e possíveis interlocutores que de alguma forma possam tê-lo impactado na construção de sua obra. Hoje, no entanto, sua abordagem, seu método, pode ser aplicável a um sem-número de produtos culturais, como seria de se esperar numa era digital: qualquer processo criativo pode ser objeto de estudo. Se sua aplicabilidade invade outros campos, nada mais necessário do que estabelecer diálogo com outros saberes. A Escritura Pela Rasura: A Crítica Genética em Busca de Outros Saberes traduz com desembaraço esse espraiamento, ao aproximar Proust e Einstein, psicanálise e inteligência artificial, as novas mídias, os algoritmos e os velhos manuscritos, a música, a antropologia e a filosofia de Vilém Flusser na saudável inquietação de repensar significantes e significados.COLEÇÃO ESTUDOS A coleção Estudos propõe-se a publicar ensaios críticos e pesquisas tratados em profundidade, com sólida argumentação teórica nos mais variados campos do conhecimento. A coleção forma, junto com a Debates, a marca de identificação da editora em nosso mercado. DA CAPA Imagem da capa: detalhe de Cy Twombly, sem título, 1957.Coleção Berardo, Centro Cultural de Belém, Lisboa.