"Na sociedade contemporânea, mesmo antes da pandemia, a presença marcante da tecnologia no cotidiano já exigia transformações tanto no campo social e cultural quanto no educacional. De repente, o mundo mudou. A pandemia, de certa forma, acelerou o processo de comunicação em todos os níveis: da educação infantil ao ensino superior; da educação formal à não-formal. Ferramentas digitais se tornaram visíveis, com a intenção de facilitar e mediar tanto o campo da comunicação quanto o processo de ensino-aprendizagem. Hoje, um professor que não tenha habilidades com computadores, videochamadas, softwares e aplicativos educacionais, terá muitas dificuldades em exercer a sua profissão. Mesmo os professores menos adeptos às novas tecnologias tiveram que se render. Não houve a possibilidade de escolha. A pandemia nos impôs mudanças muito significativas e difíceis. Em meio a tantas turbulências, o início da pandemia foi invadido por muitos debates, dentre eles o seguinte: 'que tipo de educação seria possível diante da emergência de saúde pública global?' Para acalmar ânimos, foi preciso e importante, então, apresentar e conceituar uma expressão específica para o momento que vivemos: Educação Remota Emergencial. A partir dele, destacam-se dois termos: remoto e emergencial. Remoto está vinculado a um distanciamento no espaço, mas não necessariamente no tempo. Emergencial se vincula ao momento crítico, perigoso e de crise que a emergência sanitária impôs. Na ausência de uma antecipação do problema e sem um prévio preparo, foi necessário sair do espaço escolar para adentrar as residências durante um longo período, iniciado no longínquo março de 2020. Além da mudança do espaço caseiro, foi necessário transformar um currículo que não tinha sido preparado para um trabalho remoto."